Continuação corpo a corpo 1


O que esse movimento delas tem a ver com os movimentos na gente?

CONTINUAÇÃO DAS RESPOSTAS ÀS PERGUNTAS FEITAS NA AULA DO DIA 19 DE MARÇO

Na aula do dia 19, Francine fez comentários sobre o Chakra laríngeo e a ligação com as emoções…
Quero iniciar esse texto trazendo um pouquinho de conteúdo acerca desse comentário. Esse ponto traça uma aproximação com o sistema neuroendócrino da gente.  Um dos referenciais de BMC® é YOGA, então o processo da faringe-laringe, liga-se sim à chacra da garganta e às emoções. Como relacionar sistema neuroendócrino e emoções e Chakra?

O primeiro passo é compreender que sistema endócrino e sistema nervoso não são separados como a medicina prega. A estrutura do pensamento ocidental não olha as coisas de forma integrada, olha cada coisa de forma específica, separadamente. O segundo passo é entender que o chakra está localizado na região da glândula, que pertence ao sistema endócrino. Chakra e Emoções pertencem a uma outra anatomia do corpo, do campo sutil, no Yoga. 
São aspectos que se ligam pelo campo da energia. O terceiro passo é perceber no corpo a região da voz, da laringe, e procurar estabelecer uma relação com isso.


Carol pergunta:  A voz não é o ar que a gente expira?’’
– A voz é produzida com a ajuda do ar, mas não é o ar que a gente expira. Foi conduzida uma prática juntos do sopro sonoro, procurando emitir com os sons: S< F< V <Z <X  , P< M , para explorar o aspecto do som com a respiração. Ao longo da saída do ar, a produção de cada um desses. Sentindo como e quando surge o sopro. Quando a voz e o ar se misturam demais na saída do ar, pergunto:  a voz sai meio assoprada? Um bom lugar para começar! 

Pois é, como alcançar esse ponto? A voz pode ser ferramenta para expressão do sentir em forma de vibração. Sim, a voz é ferramenta para a expressão, em forma de vibração. Perfeito! As cordas vocais vibram permitindo que a voz saia. O treinamento das escalas, o treinamento das vogais, do sopro e do campo sonoro. Esses treinamentos decompõem e nessa desconstrução a gente escuta para criar os sons na gente e brincar com eles.

Cíntia Cardoso: É muito importante lembrar também que o nosso corpo sem voz também fala muito.
– É sim, o corpo fala muito. Às vezes precisamos buscar o silêncio maior. É importante notar que o corpo comunica sem a voz ou a fala exterior. Através de gestos e ações. Como é bom notar também a necessidade de silenciar mais para escutar o som de nossa voz como é produzido, sobretudo com e para a criança.

Francine: A inspiração pode ser esse processo do próprio corpo, não vejo como algo a ser entendido como fora de processo de percepção de corpo e concepções de expressão em movimento. Vejo que a inspiração é subjetiva mas pode alcançar dimensões políticas também.
– Quando a gente respira, a gente acessa a dimensão voluntária e involuntária. Quando a gente presta atenção na nossa respiração a gente penetra num campo mais sutil, num campo mais interno do que o visível. A nossa própria respiração nos conduz para dentro de nós mesmos e com uma dimensão escondida mais sutil. Isso tem implicações e é porta de entrada para muitas camadas e percepções de nós mesmos e do mundo.


Allan Augusto: esse lugar do desempenho me faz refletir um pouco sobre a ideia do “no pain no game”, “sem dor, sem ganho”. E perdemos várias sutilezas de criatividade infinitamente potentes.
– Na busca do aprimoramento quando se excede para atingir um desempenho, é comum haver demasiada tensão ou esforço. Fica associado forçar a barra para conseguir, o que acaba exigindo em excesso. Daí o envolvimento desmedido e inconsciente acaba acarretando essa máxima: sem dor, sem ganho. Se aprende que para conseguir, se machucar tudo bem. E não. Não precisa ser assim. A somática BMC® e a auto-educação, vem dizer justamente que não precisa ser assim. Não deve ser assim. Não mesmo.

Desaparece a sutileza  e criatividade infinitamente potentes desaparecem. Alguém sabe se perguntar porque desaparecem?

Jessica da Silva Oliveira : A pausa gera equilíbrio, uma expiração em demasia geram ansiedade, concordo.
É o oposto Jessica. Expiração em demasia, acalma, removendo aos poucos a gente da ansiedade. Expiração em demasia, se entendi bem, tem inserido nela a pausa no sentido de encompridar-se de durar mais tempo de promover uma expiração mais completa. Toda vez que expiramos completamente, temos a oportunidade de sairmos da ansiedade.

Texto: Lela Queiroz – responde perguntas feitas por estudantes durante a aula Desenvolvimento por Movimento para todos.
Imagem: Museu da Caatinga Vale do Rio Sao Francisco foto de Lela Queiroz

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